terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Comércio se programa para equilibrar custo extra com energia elétrica e lucro nas vendas de fim-de-ano

O Natal de 2016, pelo que tudo indica, será de consumos contidos. Apesar de uma pequena alta no número compradores este ano, em comparação ao ano passado, o gasto médio por presente deve ter uma queda real de 5,34%, já descontada a inflação acumulada do período, segundo estima uma pesquisa realizada pelo Serviço de proteção ao Crédito (SPC Brasil)  e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Três em cada dez (28,7%) consumidores ouvidos na pesquisa disseram que serão mais controlados nas compras. No ano passado, eles correspondiam a 22,8%. Ou seja, teremos mais gente comprando, mas gastando menos. Isto significa que os presentes darão lugar às lembrancinhas. Este comportamento é reflexo da crise e de seus componentes, como: desemprego, endividamento e alta nos preços.

Baseando-se nesta realidade e com a experiência de 2014 e 2015, o comércio já começa a se programar para tentar equilibrar os custos extras de fim-de-ano sem perder no lucro. Esta é uma época em que o comércio trabalha mais para tentar compensar o desempenho dos outros meses. Afinal, independente de crise, é no fim-do-ano que as pessoas consomem além do normal. Nos shoppings, por exemplo, a expectativa nas vendas é um pouco maior do que no comércio de rua. Pela previsão da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), a alta será de 4,5%.

Mas é justamente nos shoppings, onde a movimentação é maior - tanto pela comodidade, segurança e conforto que oferecem, quanto pelo tempo com as lojas abertas, que costuma ser estendido nesta época do ano - que os gastos com energia elétrica são maiores também. Gasta-se com climatizadores, escadas rolantes, elevadores, entre outros. Mas o grande vilão desta história é, sem dúvida, o ar condicionado, pelo fato de ser um equipamento que demanda mais energia funcionando por mais tempo, num período mais quente em todo o país. Podemos dizer que a soma desses fatores altera consideravelmente o produto na conta de luz, no final do mês.

Para piorar a situação, o Instituto Goddard para Estudos Espaciais da Nasa, que previu que 2016 seria o ano mais quente do século, superando 2015 e 2014, já alertou que em 2017 a temperatura ficará ainda mais elevada.

De acordo com uma análise feita pela ACS - Automação, Controles e Sistemas Industriais Ltda -, empresa especializada na fabricação de soluções para o controle, administração e redução dos custos com energia elétrica e outros insumos, o consumo elétrico de alguns clientes do setor varejistas, que utilizam ar condicionado, costuma apresentar um acréscimo médio de 13% em dezembro, em comparação com o resto do ano. Esta variação mostra-se ainda maior no verão, que tem início dia 21 deste mês e vai até 20 de março, quando o acréscimo chega a 31%.