QUEM
NECESSITA DO PT?
Percival Puggina
Não, não
escreverei sobre aquela fração do eleitorado dependente do Bolsa Família e
laboriosamente convencida de ser, também, dependente do PT (embora o programa
exista por força de lei). Escreverei sobre outros grupos na torcida de Haddad.
Começo pelo próprio partido do
candidato. O PT seria o primeiro e o principal beneficiário de uma vitória
petista. Convém, então, que o eleitor se questione. O legado dos 14 anos de
petismo no poder é desalentador.
Organizações criminosas operaram sem qualquer constrangimento no
aparelho de Estado. Os réus são confessos, bilhões são devolvidos e as delações
robustecidas por farto material comprobatório. Simultaneamente ao vexame e
perda de credibilidade internacional, emergiram o desemprego, a recessão e a
instabilidade política. Apesar disso, nenhum arrependimento, nenhuma
autocrítica, nenhum pedido de desculpas à nação. Ao contrário, críticas à Lava
Jato, recriminações à Justiça em geral e a Sérgio Moro em especial.
Assim,
também aos criminosos, agentes do crime organizado e desorganizado, interessa a
eleição do candidato petista. Afinal, o partido defende restrições às penas de
prisão e condenações mais breves. É notória sua animosidade em relação às
atividades policiais e simétrico zelo em relação aos bandidos. O PT defende
desencarceramento, semiaberto, saidinhas, saidões e indultos. É pelo
desarmamento, contra a redução da maioridade penal, e sustenta – apesar de toda
criminalidade das ruas e estradas – que no Brasil se prende demais. Em
Bolsonaro é que os bandidos não vão votar!
Uma
vitória petista interessa muito ao Grupo Globo, que há longo tempo vem
proporcionando em novelas, especiais e reportagens o substrato cultural e de
costumes necessário à penetração política das ideias de esquerda. Seus atores e
celebridades estão sempre disponíveis, ao estalar de dedos do PT, para o que
der e vier. Convém ao Brasil, aumentar o poder da Globo? E, no mesmo diapasão,
ampliar a influência da Folha, da Veja, da Época, e a fauna da “mídia amiga”,
sempre interessada em conversar com Franklin Martins, perito em retribuir
apoios?
Sem
similar a qualquer democracia de respeito, estabeleceu-se, com o tempo, uma
inequívoca proximidade entre o PT e figuras execráveis da política
internacional. Ditadores africanos de Angola, Congo, Zimbabué, Guiné
Equatorial, Gabão, Venezuela, Cuba, Nicarágua obtiveram financiamentos
privilegiados do BNDES durante os governos petistas. E o recebimento é
duvidoso. Eles apreciariam muito a volta do PT ao poder.
Também
os infiltrados no aparelho de Estado, na burocracia federal, nas estatais,
torcem pela volta do PT porque isso representará a retomada de sua própria
influência. O trabalho de fazer cabeças, manipular a História, preparar
militantes de esquerda e fornecer recursos humanos para as carreiras de Estado
ganharia novas energias nas salas de aula. Da mesma usina acadêmica saem os
difusores da ideologia de gênero e os programas que trazem essa sexualidade
pós-moderna, auto-reverse, para crianças confiadas pelos pais ao sistema de
ensino! Será que convém atender aos
interesses políticos da burocracia e do funcionalismo militante?
Os
eleitores de Bolsonaro, diferentemente, são cidadãos que clamam por paz social,
segurança, combate à criminalidade, proteção da infância e da família,
preservação dos valores morais, respeito e ordem pública. Desejam apenas viver
e trabalhar, com seus direitos fundamentais respeitados, sem serem perturbados pelos
agentes do mal e por aqueles que o cultivam.
* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é
arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do
Brasil. integrante do grupo Pensar+.