domingo, 22 de agosto de 2021

ESPORTE

 Solon e Marllos: pai, filho e o sonho olímpico no polo aquático


A história do polo aquático no Brasil está diretamente ligada à família Santos. A começar pelo saudoso nadador e jogador da modalidade Álvaro Augusto dos Santos, que, entre outros feitos, inaugurou a primeira piscina olímpica da América Latina, em plena Baía de Guanabara, em 1935. Solon, filho de Álvaro, completa 50 anos da modalidade em 2022. Seu filho, Marllos, aos 27 anos, representa, com muito orgulho, obviamente, a terceira geração de uma família acostumada a conquistas.

Solon não acompanhou as façanhas do pai como atleta nas piscinas, uma vez que Álvaro tinha 40 anos quando o herdeiro nasceu. Mas Solon, hoje com 60 anos, vem desfrutando do privilégio de treinar Marllos, de 27, no Tijuca Tênis Clube:

- É uma emoção muito grande ver meu filho seguindo o caminho do pai e do avô, sendo ele a terceira geração de aquapolista da família. É importante ser hoje seu técnico, que me deixa orgulhoso de saber que ele herdou a paixão da família pelo polo aquático.

E, como não poderia deixar de ser, Solon teve influência na escolha do filho pelo polo aquático:

- Comecei a jogar no Botafogo com 12 anos, mas já havia praticado desde mais novo em diversos clubes por onde meu pai passou e com 14 anos decidi entrar na rotina de treinos sério de equipe.

Um dos principais nomes da modalidade no Brasil, Solon, além de troféus como atleta, vem colecionando conquistas como treinador. Entre elas, ter comandado, durante oito anos, o projeto de polo aquático da Rocinha. Seu maior legado lá?

- É saber que pude contribuir na formação de vários jovens que começaram comigo e estão brilhando em clubes do Rio e da seleção brasileira. Eles se formaram como cidadãos do bem e brilham em suas vidas profissionais.

O pai de Marllos também fez história pelo Flamengo, clube que defendeu nas Olimpíadas de 1984, em Los Angeles, e pelo Botafogo, cuja camisa ele vestiu e honrou por 30 anos.

- Ter tido uma carreira nesses dois clubes me deixa muito orgulhoso  - conta Solon, que é atleta emérito do Alvinegro e laureado e hall da fama pelo Rubro-Negro.

E qual a melhor lembrança dos Jogos de 84?

- A cerimônia de abertura, por saber que o mundo todo estava reunido para esta grande festa do esporte.

O maior sonho do caçula da família é justamente repetir o feito do pai na Olimpíada. Só que a missão não é das mais fáceis. Desde 84, o Brasil só disputou a modalidade nos Jogos em 2016, por ter sido sede.

E o que falta para o polo aquático brasileiro voltar a figurar no principal evento esportivo do planeta?

- Mais investimento e intercâmbio com os países de ponta para podermos ter o polo aquático classificado no Pré-Olímpico – aponta Solon, enumerando desafios como a falta de investimento para o Brasil voltar à competição.

GRATIDÃO AO CEL


Campeão pela seleção brasileira sub-18, da Taça Brasil, pelo Fluminense, e sul-americano, pelo Botafogo, Marllos também colecionou vitórias e amigos nos 3 anos nos quais estudou no CEL Intercultural School:




- As melhores memórias que eu tenho do CEL são as amizades de atletas que também estudavam lá, a grande forma como o colégio proporciona aos alunos conciliarem esporte com a educação. Pra mim era uma rotina até tranquila, pois os treinos de polo são só na parte da noite, assim conciliava estudo durante o dia e os treinos à noite.

Solon, que foi técnico da escola no Intercolegial, também é grato ao colégio na formação do filho:

- O CEL teve uma grande importância em sua formação profissional, com seus professores e sua referência como escola padrão.

Pelo colégio, pai e filho foram campeões juntos. Mais uma emoção para a família Santos.