quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Especialista avalia controle da qualidade da água no Rio de Janeiro


Segundo Gabriela Grijo, do Laboratório Mattos e Mattos, no caso de ingestão da água, os consumidores devem utilizar somente água mineral e deve-se ter precaução quanto ao seu uso para atividades domésticas diversas
Com a grave crise na qualidade da água distribuída para a cidade do Rio de Janeiro e municípios da Baixada Fluminense, que gerou um aumento expressivo no número de casos de diarreia, gastroenterite e vômitos, e relatos de uma água barrenta, com cor e gosto de terra, o uso da água mineral como fonte imediata de consumo vem tendo crescimento exponencial. 
A Companhia Estadual de Água e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) afirmou que uma substância chamada geosmina, que é produzida por algas, é uma das responsáveis por essa crise hídrica e pela mudança na cor da água.
Segundo Gabriela Grijó, analista de qualidade do Laboratório Mattos e Mattos, devido à degradação das matas ciliares que ficam em torno das margens do Rio Guandu, há uma perda significativa da capacidade de infiltração da água do solo, decorrente do alto grau de precipitação das águas da chuva da estação e, consequentemente, o escoamento superficial de partículas que diminuem a qualidade da água.
“Isso resulta no desiquilíbrio do ecossistema como temos visto no decorrer da semana. Não se pode oferecer àgua à população sem o mínimo de qualidade. Sintomas como dores abdominais, diarreia e vômito têm relação estreita com o consumo de água infectada”, avalia.
Gabriela alerta que, no caso de ingestão da água, os consumidores devem utilizar somente água mineral e, quanto ao seu uso para atividades domésticas diversas, deve-se tomar algumas precauções.
“A utilização de filtros nas torneiras, higienização de caixas d’águas e cisternas com os devidos sanitizantes e proporções adequadas quando tiverem, realizar a cloração da água após a higienização do reservatório e a utilização de água fervida são procedimentos de suma importância “, explica.
A solução da água mineral
Muitas pessoas têm optado pela compra de água mineral comercial como forma de remediar a crise hídrica vigente, tendo uma alternativa segura. De acordo com a especialista, é preciso estar sempre atento à qualidade da água e, nesse contexto, a água mineral surge como grande aliada.
“Além de hidratar com qualidade, ela também carrega uma série de minerais que contribuem para o equilíbrio e bom funcionamento do organismo com qualidade”, destaca,
Gabriela, no entanto, pontua que são necessários cuidados para a aquisição de uma água de origem industrial, como a mineral, com gás, ou sem gás.
O primeiro cuidado é conferir se a distribuidora é licenciada pela Vigilância Sanitária. Outro tipo de cuidado é com relação a manutenção da qualidade da água mineral adquirida, devendo haver a higienização das bombonas que comportam os galões de água mineral antes da ingestão”, enfatiza.
De acordo com a especialista do Laboratório Mattos e Mattos, doenças oriundas por ingestão de água contaminada “surgem quando a água não passa por tratamentos de limpeza e de purificação que eliminem micorganismos que contaminam a água. A contaminação pode acontecer pelo contato direto com esgoto, enchentes, devido à ingestão acidental de água contaminada ou através do consumo de alimentos cozinhados ou lavados com águas poluídas.
Para Gabriela, a garantia da qualidade da água é relativa, pois deve-se avaliar vários fatores que comprovam essa garantia à população, como a certificação da empresa fornecedora, a transparência de laudos que comprovam que seus parâmetros exigidos na Portaria de Consolidação nº 5 /2017 estejam dentro do previsto, etc.
O Grupo
O Laboratório Mattos & Mattos, fundado há 60 anos, oferece serviços de consultoria e análise de água, ar e alimentos. Atua também na área hospitalar, em treinamentos e capacitação técnica, contribuindo para a implantação de boas práticas de fabricação.