sábado, 26 de junho de 2021

GERAL

Maria Helena Cantamissa 

Prefeitura do Rio lança programa Aprendiz Cultural para jovens cariocas

Iniciativa inédita vai oferecer renda e cursos de formação em equipamentos culturais do município

Foto: Beth Santos 

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini, lançaram nesta quarta-feira (23/06), no Museu de Arte do Rio (MAR), o Aprendiz Cultural, programa inédito que vai oferecer renda e formação em sua primeira etapa para 500 jovens, de 18 a 24 anos. Cada um vai receber bolsa-auxílio mensal de R$ 800 e vale-transporte para fazer os cursos de preparação ministrados em equipamentos culturais do município. 

Em seu discurso, o prefeito do Rio elogiou o programa e anunciou que vai ampliar os recursos para o Aprendiz Cultural. De acordo com o Paes, o programa inicialmente elaborado para atender 500 jovens terá uma ampliação na oferta de vagas.

- É uma honra estar aqui. Mas a gente precisa agir em escala, 500 (jovens) é um número muito baixo. Estou aqui dando mais dinheiro, não sei nem quanto é, para a gente poder agir olhando para um público ainda maior. É importante aumentar o número de jovens a ser atendido por esse programa nos próximos anos. É uma das melhores ideias que vi nesses seis meses à frente da Prefeitura – disse Paes.O prefeito lembrou que a cultura é um setor importante para o desenvolvimento econômico da cidade do Rio. Principalmente, porque é uma área que tem a capacidade de atingir e alavancar as demais.

- A cultura tem um viés econômico muito forte, ela é fundamental para uma cidade como o Rio de Janeiro. Esse programa consegue juntar a dimensão econômica, de formação de mão de obra qualificada, com um olhar para uma juventude da periferia que está sem perspectiva, fazendo com que esta atividade econômica cresça mais ainda – ressaltou Paes.

Durante 12 meses, os alunos vão aprender técnicas de luz, som e gestão por meio de capacitação teórica e prática para o mercado cultural. O público-alvo é formado por jovens que não possuem emprego formal ativo e que não tenham concluído o ensino médio. Para participar é preciso ser morador do Rio há, pelo menos, três anos, e preferencialmente oriundo de favelas, periferias, subúrbio e estar em situação de vulnerabilidade social.

 - Na Cultura, ninguém fica para trás, muito menos os jovens. Será um ano de aprendizagem nas áreas de luz, som e entre outras, para depois eles estarem preparados para trabalhar em grandes eventos. A cultura não é só para artistas - ressaltou o secretário de Cultura, Marcus Faustini, que tem percorrido bairros do subúrbio carioca ao lado de agentes culturais locais para dialogar sobre as mudanças necessárias nas políticas de cultura. A intenção é a de torná-las mais democráticas e inovadoras para recolocar o Rio como uma das capitais de cultura do país.

 Na primeira fase, a Secretaria Municipal de Cultura vai lançar um chamamento para organizações da sociedade civil. As secretarias de Juventude e de Políticas e Promoção da Mulher serão parceiras do programa. Além disso, haverá a possibilidade de fazer o curso on-line. A meta é formar, até 2024, cinco mil novos profissionais para o setor cultural da cidade de forma virtual.

 Desemprego entre os jovens cresceu na pandemia

Os jovens estão entre aqueles que mais sentiram os efeitos da pandemia da Covid-19. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre Mercado de Trabalho - Conjuntura e Análise, os jovens de 15 a 29 anos são 13% a mais em relação à taxa de desemprego.

- A cultura carioca, além de ser um celeiro de artistas, é também um caminho de profissionalização para a juventude. O carnaval, por exemplo, além do desfile, possui diversos profissionais que trabalham para dar vida ao longo do ano à maior festa cultural carioca. Operar som, luz e fazer gestão cultural são algumas das formações profissionais possíveis - explica Faustini.